Neste livro, o escritor Hernest Hemingway conta a história do velho pescador Santiago, que estava a 84 dias sem pegar nenhum peixe. Ele, conhecido pelos seus feitos do passado, virou piada no vilarejo e até o seu aprendiz foi trabalhar em outro barco.

                Santiago se vê diante do medo que sua sorte não fosse mais mudar.

            Novamente, ele decide ir pescar e, desta vez, decidiu ir além dos recifes, onde jamais havia ido, nas profundezas do mar. Foi lá que ele, de repente e sozinho, se viu diante de uma batalha com um Marlin, o grande peixe que é o desafio de todos os pescadores!

            Faltando água e comida, não havia escolha para o velho Santiago: Ou ele trazia o peixe ou era o seu fim.

            Ou ele vencia o mar e o peixe ou seria ele o vencido!

            Nesta luta intensa contra a natureza, contra o cansaço que parecia não ser páreo para puxar o vigoroso Marlin, lutando contra o mar e os tubarões, Santiago conseguiu trazer o peixe para dentro do barco e continuou vivendo.

            Hemingway, tal qual o velho pescador Santiago que não pescava um peixe fazia 84 dias, também fazia muito tempo que estava sem inspiração para escrever um grande livro - e isto o consumia por dentro e o deixava deprimido.

               O que faltava para ele solucionar seus conflitos e realizar seu desejo de escrever um grande livro?

                Coragem para enfrentar a si mesmo!               

                Igual seu personagem Santiago, ele ficou de frente com a imensidão do mar e se sentiu pequeno e desamparado, porém resolveu enfrentar o vazio e foi lá, das profundezas do seu oceano, que ele puxou um grande Marlin!

                O livro que ele escreveu foi a forma que ele encontrou de falar de si mesmo.

                Qualquer pessoa que deseja que algo mude, tem de ter coragem de ir lá nas profundezas do mar para trazer à tona algo que não conhece e que precisa enfrentar.

                Para fazer isto, é preciso falar de si mesmo e onde mais incomoda e dói.

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            A análise é algo cujo movimento que se dá PELA FALTA, pela via do incômodo de falar de si mesmo a um outro que te escuta e te ajuda a puxar o peixe.

            O pescador Santiago teve de puxar o peixe sozinho, mas se ele tivesse ALGUÉM para orienta-lo em alto mar, com certeza poderia ir mais vezes para o desconhecido sem medo, pois quem está lá para orienta-lo também teve de enfrentar o alto mar.

        O analista é aquele que enfrentou o alto mar, o próprio vazio, os seus traumas e sabe como conduzir o paciente em direção ao desejo, pois já esteve neste lugar da análise. É por isto que ele escuta, acolhe e dá segurança e não julga, porque conhece este lugar da angústia.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo.

Pássaros engaiolados são pássaros sob controle.

Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.
Pássaros engaiolados sempre têm um dono.

Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.

A inteligência de Rubem Alves ao escrever versos onde a palavra ESCOLA pode ser deslocada para outras palavras, onde é possível a identificação com o PÁSSARO 

A educação através da escola, para Rubem Alves, é para nos ensinar a voar

A educação que não ensina a voar é aquela que nos prende em gaiolas 

A palavra contém aqui contém um simbólico e um significado

A gaiola pode estar aberta, porém o pássaro não sai porque se acostumou com a gaiola ou não aprendeu a voar, ou as duas coisas!

Existem pássaros que se dizem felizes em suas gaiolas, e lá ficam.
Existem pássaros que cantam em suas gaiolas, mas talvez seja uma forma de aliviar o sofrimento.

O pássaro precisa sair da gaiola e voar para conhecer a liberdade. 

E antes de voar, o pássaro precisa descobrir este desejo